Nada me deixa mais confortável que as palavras. Calmas e delicadamente elaboradas em textos quase incompreensíveis para os leitores e até para mim. É... Apesar de ser fácil entender seus significados no dicionário, quando unidas elas tornam-se um tanto complexas – quando engolidas doces ou amargas – mas complicadíssimas. Tenho apenas uma vaga sensação de estar sendo bem interpretada.
Tem gente que vomita palavras, verbalmente. E tem os que preferem o decorrer de várias páginas literárias, e em forma de suaves poemas soletram suas verdades. Claro que, como eu, muitos escritores já penetraram em nossas mentes uma porção de falsidades, de sentimentos inexistentes. É tão injusto isso, mas infelizmente não tem como admitir tudo, mesmo quando mergulhados nesse mundo de pura nostalgia. As palavras são tão mais traidoras do que quem as escreve – elas traem - o tempo todo.
Estamos continuamente, tentando descobrir dentro de nós, algumas pequenas falhas, uma luz assim como aquela no fim do túnel, um pedacinho – por mínimo que seja – de uma delicada beleza inexistente na superfície da qual nos encontramos. A gente se esconde por tanto tempo, e torna aparecer. Mas, quase sempre se volta ao mesmo lugar, e é tão desesperador, viajar tanto tempo dentro de nossas almas e não descobrir nada além de uma complexidade incrivelmente absurda. Por isso, faz-se isso sem cessar jamais e sem pressa. Porque aonde há pressa, há imperfeição.
As palavras deveriam exprimir não somente o que queremos verdadeiramente dizer, mas o que sentimos profundamente em nossos corações tão frágeis, e, que em ininterruptas horas continuam sentindo e sentido, e querendo dizer mil coisas. Mas por medo, ou por seja lá o que for... Continuam entediados nesse marasmo da vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário