segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

E na noite de sábado, foi isso que consegui escrever...........

Era noite e as estrelas brilhavam no céu escuro e cheio de segredos. As pessoas falavam, riam e sentiam-se contentes por estarem onde estavam, na calorosa companhia de seus amigos mais intimos, ou não.
E como de costume, ele passara por lá, minutos antes de rede posta nos ganchos, na parte favorita da casa, a área. É como se ela subesse que ele passaria por lá, é como se ele enviasse uma mensagem através da força de pensamentos e dissesse: ''me espere, estou chegando, meu amor!'' .
Porém, dessa vez ela vez de conta que era um segredo do vasto céu, uma pessoa que estava ali o vigiando, escondida por detrás dos panos e da luz apagada. Não o deixou vê-la, nem senti-la presente, esperando-o. Quis que ele pensasse por apenas um momento, que não se importava, apesar de se importar até demais. Mas então, acendeu a luz pegou seu velho e bom livro e inventou um faz de conta novamente. Ela gostava disso, gostava de sentir coisas, mesmo que não tivesse-as sentindo de verdade. Imaginou que era feliz, que aquilo que estava fazendo em pleno sábado a deixava tão excitada quanto beijar o homem que amava. Pousou suas delicadas mãos de escritora em uma garrafa de cerveja, bebericou um gole, e continuou a ler, o que lhe trazia uma paz inexplicável. E aquele gosto e cheiro de cerveja, lembravam momentos felizes na companhia daquele que morava em seu coração, e participante constante de seus segredos mais intimos. Lembrou dos cabelos macios balançando com a brisa do mar; seus risos por dentre as cobertas cheias de suor e amor; sua barba por fazer roçando seu rosto ao beijar o mesmo; suas mãos grandes, mas delicadas pegando-lhe pela cintura e contendo-a num abraco gostoso. E então finalmente lembrou-se, e, principalmente, conseguiu sentir aquele gosto de hortelã e cigarros emitidos através do beijo que ele lhe dera em um lugar qualquer, mas um lugar que trazia as boas lembranças do verão. Foi nesse estrannho momento que ela quis voltar atrás no tempo, como num passe de mágicas. Como se existesse apenas o passado, nada mais. E o futuro seria a ponte que separava-a do sonho.
Pensou que a vida tinha revelado os tantos segredos existentes, mas não conseguia compreende-los, não agora, não nessa fase tão frustrante. O que de fato, ela queria entender, era porque? Porque não conseguia esquecê-lo? Porque lembrava de situações que passara ao lado do amado, perigosamente? Porque seus pais não lhe davam uma chance? PORQUE? E era esse mesmo porque, que assombrava-a todos os dias.
Fechou o livro ''O guardião de memórias", terminou a cerveja, agora quente. E continuou ali, na rede, na área, sentindo frio e um súbito calor ao lembrar daqueles momentos especiais. Assim como o título do livro, ela era uma guardiã de memórias, assim como todas as pessoas desse mundo, ela lembrava de coisas que não queria esquecer. Ouviu as vozes daqueles que iam embora no cair da noite, e foi então que uma onda de raiva e tristezam, fizeram-na cair aos prantos. Por mais uma vez, desabafar através das palavras não fazia nenhuma diferença. Pois, a verdade não mudara e ele estava em um lugar do qual ela nem imaginava.
Resistiu às lágrimas, que pingavam de seu rosto, deixou a porta da área entreaberta e foi se deitar em sua cama fria e solitária. Sabia dos sonhos que teria, e sabia também que voltaria a vê-lo passar por ali. Observando curiosamente as janelas, na esperança (assim com ela), de um encontro inesperado de olhares.
Agora, em sua cama quente, por causa do seu calor, ela dormia um sono profundo. Em meio aos sonhos, ela sentia-se longe e distante dele ao mesmo tempo.


FIM!!!!!!

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Aquilo que sou, não é aquilo que você vê...

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Siderópolis, Santa Catarina, Brazil
Mergulho então nas profundezas da minha alma e tudo parece estar no seu devido lugar: os sentimentos confusos, as gargalhadas que se escondem e estão loucas pra sair, o amor que nunca para de crescer, o amadurecimento contínuo e a esperança de que um dia eu possa desfrutar de tudo isso sem ter medo da minha própria loucura... Acreditar que somos aquilo que pensamos ser ou aquilo que as pessoas dizem, não é o certo. Ninguém sabe quem realmente é, até mesmo quando nossas mãos acompanham nossos pensamentos, não se sabe explicar. Sou aquilo que inventei, aquilo que deixo-me ser, sem medo... Apenas, sou!